Por meio do condicionamento de Eros, as estruturas distópicas surgem na narrativa ficcional Admirável Mundo Novo (2014), de Aldous Huxley, de modo a evidenciar o controle social do Estado. Compreende-se que os universos literários distópicos possuem a sexualidade como um dos alicerces para a fundamentação das configurações sociais vigentes em seus domínios. Ante tais perspectivas, busca-se compreender as implicações literárias do fenômeno psicossocial eros, enquanto elemento constitutivo da diegese estudada. Por conseguinte, a presente pesquisa se articula através da metodologia bibliográfica, pelo escopo interdisciplinar de Nitrini (2010), que formula percepções sobre os entrelaces entre a Literatura Comparada e outras áreas do conhecimento. Deste modo, um esboço das facetas de eros foi construído, a fim de melhor entendê-lo, pelos diálogos mitológicos e filosóficos de Platão (2017); com demarcação para as abordagens psicológico-sociais de Freud (2011; 2019) e Marcuse (1968). Em seguida, foram identificadas as formas de condicionamento de eros presentes na sociedade do romance estudado, bem como elas se caracterizam enquanto mecanismos de controle das subjetividades. Por fim, foram explicitados alguns elos entre o impulso libidinal e a configuração distópica da obra. Tais processos demandaram leituras contextuais do romance, ao que concerne às inflexões do Eros nesse admirável universo ficcional – que ainda traduz muito das realidades contemporâneas.